O sinal de Jonas
Escribas e fariseus não confiam nas palavras de Jesus e não o reconhecem como o Filho de Deus. Fecham-se na sua incredulidade. Apesar disso, pedem-lhe um sinal do alto. Na paciência do amor, ele indica ...o profeta Jonas como o prenúncio de sua morte e ressurreição e o povo de Nínive como figura do novo Povo de Deus. O fato de os fariseus e escribas pedirem um sinal pode corresponder a um simples costume judaico, visando autenticar a pregação de um mensageiro de Deus. Mas antes mesmo de o ouvirem, um julgamento prévio é emitido: suas obras, dizem eles, proveem do demônio. Compreende-se, então, a resposta dura e severa de Jesus, comparando-os a uma geração adúltera e perversa.
Jesus não os força. Fruto da graça divina, a fé descerra os olhos do coração e os abre à contemplação de Deus. Ela não tolhe a liberdade humana, pois cabe a cada um recusá-la ou acolhê-la. A fé não é obediência abstrata a um imperativo categórico, mas pressupõe o livre dinamismo da natureza humana, em sua orientação para Deus. Os ninivitas respondem livremente ao apelo de Jonas e, em sua pregação, reconhecem o próprio Deus exortando-os à penitência e ao arrependimento. A rainha do sul reconhece a sabedoria de Deus manifestada em Salomão. Porém, os líderes religiosos não acolhem os sinais feitos por Jesus. João Batista fora rejeitado. Agora, eles não acolhem os sinais realizados pelo Messias, o Ungido de Deus, e rejeitam a sua mensagem.
Ao longo de sua vida não faltam sinais e milagres, cujo objetivo jamais foi manifestar o seu poder ou exibir a sua sabedoria. A prioridade era a sua missão e o desejo de preparar os discípulos para o maior dos milagres: sua Ressurreição dos mortos, no terceiro dia. Confessa S. Pedro Crisólogo: “A fuga do profeta Jonas é figura do próprio Senhor. O terrível naufrágio simboliza sua morte e ressurreição. Aos judeus que pediam um sinal, o Senhor decidiu dar um único sinal, para que eles soubessem que a glória messiânica é transferida às nações, a todos os povos. Portanto, com toda justiça, conclui Jesus, os ninivitas hão de se levantar no dia do Julgamento e condená-los, pois eles fizeram penitência por força da pregação de um único profeta. E esse profeta era um náufrago, um estrangeiro, um desconhecido”.
O coração de Jesus vibra com a lembrança da conversão dos ninivitas e com o desejo da Rainha do Sul de ouvir a sabedoria de Salomão. Em suave e vigoroso apelo, ele diz aos fariseus e escribas: “A Rainha do Sul se levantará no Julgamento juntamente com esta geração e a condenará”. Apelo que leva Orígenes a comentar: “A Igreja cumpre o que é prefigurado pela Rainha do Sul, oferecendo dons que não são corruptíveis, como o ouro ou os aromas, mas o perfume espiritual da fé, o suor da virtude e o sangue do martírio”. O coração convertido enche-se de luz e de silêncio.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
Escribas e fariseus não confiam nas palavras de Jesus e não o reconhecem como o Filho de Deus. Fecham-se na sua incredulidade. Apesar disso, pedem-lhe um sinal do alto. Na paciência do amor, ele indica ...o profeta Jonas como o prenúncio de sua morte e ressurreição e o povo de Nínive como figura do novo Povo de Deus. O fato de os fariseus e escribas pedirem um sinal pode corresponder a um simples costume judaico, visando autenticar a pregação de um mensageiro de Deus. Mas antes mesmo de o ouvirem, um julgamento prévio é emitido: suas obras, dizem eles, proveem do demônio. Compreende-se, então, a resposta dura e severa de Jesus, comparando-os a uma geração adúltera e perversa.
Jesus não os força. Fruto da graça divina, a fé descerra os olhos do coração e os abre à contemplação de Deus. Ela não tolhe a liberdade humana, pois cabe a cada um recusá-la ou acolhê-la. A fé não é obediência abstrata a um imperativo categórico, mas pressupõe o livre dinamismo da natureza humana, em sua orientação para Deus. Os ninivitas respondem livremente ao apelo de Jonas e, em sua pregação, reconhecem o próprio Deus exortando-os à penitência e ao arrependimento. A rainha do sul reconhece a sabedoria de Deus manifestada em Salomão. Porém, os líderes religiosos não acolhem os sinais feitos por Jesus. João Batista fora rejeitado. Agora, eles não acolhem os sinais realizados pelo Messias, o Ungido de Deus, e rejeitam a sua mensagem.
Ao longo de sua vida não faltam sinais e milagres, cujo objetivo jamais foi manifestar o seu poder ou exibir a sua sabedoria. A prioridade era a sua missão e o desejo de preparar os discípulos para o maior dos milagres: sua Ressurreição dos mortos, no terceiro dia. Confessa S. Pedro Crisólogo: “A fuga do profeta Jonas é figura do próprio Senhor. O terrível naufrágio simboliza sua morte e ressurreição. Aos judeus que pediam um sinal, o Senhor decidiu dar um único sinal, para que eles soubessem que a glória messiânica é transferida às nações, a todos os povos. Portanto, com toda justiça, conclui Jesus, os ninivitas hão de se levantar no dia do Julgamento e condená-los, pois eles fizeram penitência por força da pregação de um único profeta. E esse profeta era um náufrago, um estrangeiro, um desconhecido”.
O coração de Jesus vibra com a lembrança da conversão dos ninivitas e com o desejo da Rainha do Sul de ouvir a sabedoria de Salomão. Em suave e vigoroso apelo, ele diz aos fariseus e escribas: “A Rainha do Sul se levantará no Julgamento juntamente com esta geração e a condenará”. Apelo que leva Orígenes a comentar: “A Igreja cumpre o que é prefigurado pela Rainha do Sul, oferecendo dons que não são corruptíveis, como o ouro ou os aromas, mas o perfume espiritual da fé, o suor da virtude e o sangue do martírio”. O coração convertido enche-se de luz e de silêncio.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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